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“É possível desenvolver a cidade e proteger seu patrimônio cultural e ambiental”, defende o arquiteto Washington Fajardo

(Em 27 de outubro de 2016)

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Palestra foi promovida pelo Codefoz no CRV da Itaipu – foto: Nilton Rolin

Foz do Iguaçu convive com desafios de desenvolvimento urbano comuns para muitos municípios brasileiros. Soluções para assegurar às cidades o equilíbrio entre crescimento econômico, social, cultural e ambiental foram debatidas durante a palestra do arquiteto Washington Fajardo, promovida pelo Codefoz (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu), na quarta-feira, 26, no Centro de Recepção de Visitantes da Itaipu Binacional.

Fajardo apresentou a experiência positiva do Rio de Janeiro com a aplicação das operações urbanas consorciadas na execução do projeto Porto Maravilha, intervenção urbanística que revitalizou uma grande área degradada na região portuária carioca. A operação urbana consorciada está prevista no novo Plano Diretor de Foz do Iguaçu, mecanismo que poderá ser utilizado no projeto Beira Foz, que prevê a ocupação ordenada das regiões às margens dos rios Paraná e Iguaçu.

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Empresários, profissionais liberais, professores e lideranças iguaçuenses estiveram presentes – foto: Nilton Rolin

À plenária de gestores públicos, empresários, profissionais liberais, vereadores, professores, estudantes e outras lideranças iguaçuenses, Washington Fajardo discorreu sobre a evolução histórica do Rio de Janeiro, desde a sua formação até as transformações resultantes das obras de preparação da cidade para a Olimpíada. O arquiteto enfatizou que medidas adequadas de planejamento permitem a expansão urbana combinando integração, inclusão da população e proteção do patrimônio ambiental, cultural e histórico.

“A cidade sempre se transforma. Precisamos fazer a gestão da qualidade dessa transformação”, disse Fajardo. “Aproveitamos a preparação do Rio de Janeiro para a Olimpíada para transformar os desafios e problemas da cidade em oportunidades. Assim, foi possível distribuir investimentos em infraestrutura, gerar equipamentos culturais melhores, implantar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e outras melhorias para a população”, destacou.

Beira Foz e as operações urbanas consorciadas

Em sua explanação, o arquiteto detalhou a forma de funcionamento das operações urbanas consorciadas, que são medidas que promovem melhorias no cenário urbano da cidade, coordenadas pelo poder público municipal, com a participação da comunidade, investidores privados e outros agentes. Normatizada no Estatuto das Cidades, a operação urbana consorciada prevê regras de uso e ocupação do solo e de edificações.

“É um mecanismo inteligente, que pode ser utilizado em diferentes escalas de desenvolvimento urbano”, explicou Fajardo. “No Rio de Janeiro, as operações urbanas consorciadas foram financiadas pelo Cepac, título referente à venda do potencial construtivo para a iniciativa privada. Com essa contribuição, recuperamos a área degrada e criamos um espaço público novo, com casas de shows, teatros, praças e a revitalização de bens históricos tombados pelo patrimônio cultural”, relatou.

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Diretoria do Codefoz acompanhada de Samek e Fajardo – foto: Nilton Rolin

Para Fajardo, há várias formas de estimular a melhoria da cidade com as operações urbanas consorciadas. “O contexto local determina o modo mais coerente”, explanou. “Foz do Iguaçu possui belezas naturais, recursos hídricos, turismo, potencial hidrelétrico, contexto multicultural, vocação para o Mercosul. É identificar quais são as singularidades da cidade e escolher o melhor instrumento. Qual é o sonho grande que Foz do Iguaçu vai decidir sonhar?”, apontou.

O secretário-geral do Codefoz, Gilmar Piolla, informou que Foz do Iguaçu já possui um Masterplan para o projeto Beira Foz, e a legislação referente ao planejamento urbano deverá contemplar a operação urbana consorciada. “Já temos um Masterplan elaborado, com a modelagem de sete operações urbanas consorciadas para desenvolver no Beira Foz. Estamos inserindo essa possibilidade no Plano Diretor. Falta agora coragem de fazer acontecer”, enfatizou.

Participação  

O diálogo com o arquiteto Washington Fajardo foi mediado por Gilmar Piolla. A palestra contou com a participação do presidente e do vice-presidente do Codefoz, Roni Temp e Renato Camargo; do diretor-geral da Itaipu Binacional, Jorge Samek; e do secretário municipal de Planejamento, Ricardo Albuquerque. Também estavam presentes os presidentes do Fundo Iguaçu, Carlos Silva; da ACIFI, Leandro Costa; e do Comtur, Felipe Gonzalez; e o vereador Nilton Bobato

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