Iniciativa é da Câmara Técnica de Inovação, Empreendedorismo e Impacto do conselho trinacional, atuando em um ambiente integrador internacional.
A data de 23 de abril de 2024 marca a oficialização do Ecossistema de Inovação Trinacional, com abrangência integradora entre Argentina, Brasil e Paraguai. A iniciativa e o seu desenvolvimento são da Câmara Técnica de Inovação, Empreendedorismo e Impacto (CTI-EI) do Codetri (Conselho de Desenvolvimento da Região Trinacional do Iguassu).
A constituição oficial do ecossistema ocorreu durante o 7.º Encontro da CTI-EI, em Foz do Iguaçu, lançada juntamente com a adoção de medidas para a edificação desse ambiente colaborativo criativo e inovador. Na reunião, o programa e a metodologia de coconstrução do ecossistema foram apresentados, de modo interativo, por Hugo Ribeiro, um dos principais especialistas da área no Brasil. Segundo Hugo, a metodologia tem por objetivo promover um ganho antecipador de 10 a 12 anos na estruturação e consolidação do Ecossistema de Inovação Trinacional.
No total, 29 instituições e organizações dos três países participaram do evento histórico de abril: integrantes de habitats de inovação, entes públicos e privados, tais como: pré-incubadoras, incubadoras, aceleradoras, agências de inovação, startups, organismos de apoio e fomento, academia e governança pública.
Os presentes expuseram produtos e serviços que estão desenvolvendo na região trinacional. Empresários e empreendedores destacaram demandas e projetos corporativos. Professores, pesquisadores e universitários, representando instituições de ensino superior públicas e privadas, enfatizaram o entendimento do papel da academia nessa construção coletiva.
“Nesta terça-feira, 23 de abril de 2024, oficializamos e demos publicidade ao Ecossistema de Inovação Trinacional, o que era necessário para nos entendermos pertencentes e protagonistas desse trabalho coletivo”, pontuou a coordenadora da CTI-EI do Codetri, Mariangela Lückmann.
“Comemoramos mais este passo consolidado e já partimos para a ação prática, em que o desafio é envolver mais atores comprometidos com a pauta e engajados nas etapas de coconstrução do movimento transfronteiriço que visa beneficiar o nosso território do Yguassu, uma demanda de inclusão e desenvolvimento dos cidadãos que convivem num espaço geográfico habitado por mais de dois milhões de habitantes, com características únicas, singulares e complexas pela sua constituição e berço de nascimento internacional” elencou.
“Até o momento, 70 organizações componentes de ecossistemas de inovação participaram das atividades da CTI, num total de 166 membros, a partir dos atores conectados a Habitats de Inovação, Conhecimento, Governança Pública, Empresarial, Fomento, Institucional e Sociedade Civil. Sem dúvida, as contribuições da comissão coordenadora e dos membros da CTI Trinacional começam a mostrar os resultados do trabalho realizado em 2023”,enumerou.
Como resultado do planejamento, os encontros da câmara técnica passam a ser mensais. O ecossistema irá abarcar a comunidade inicialmente, a partir do levantamento nas cidades da região trinacional feito pela câmara técnica no ano passado.
“É a oportunidade para fazermos acontecer, ouvindo, dialogando e construindo junto aos interessados de todas as hélices. E, desde já, expressamos nossa gratidão pela colaboração de todos que efetivamente impulsionaram a primeira etapa do Ecossistema de Inovação da Região Trinacional em 2023. Todos são vitoriosos pela conclusão e início da etapa 2, a partir de hoje. A comemoração é grupal e merece ser compartilhada com todos os que vivem os desafios diariamente e torcem pelo melhor para a região trinacional”, concluiu Mariangela.
Presidente do Codetri, Roni Temp enalteceu a iniciativa dos inovadores trinacionais, vinculando o tripé inovação/empreendedorismo/impacto ao desenvolvimento. “Parabenizamos todos os envolvidos nesse trabalho pioneiro, que pelo viés internacional e fronteiriço poderá ser um case em prol de soluções que tragam qualidade de vida e diversifiquem renda e emprego”, avaliou.
Da CT de Inovação do Codeleste, Ana Paula informou que Ciudad del Este está reestruturando e ampliando o colegiado para somar às ações trinacionais. “Estamos buscando novas instituições, conversando com governos, Itaipu, PTI, universidades, câmaras de comércio e negócios, e outras instituições. Além de ampliar, vamos trabalhar de forma transversal com outras câmaras técnicas”, elencou.
A secretária da CTI, integrante da comissão coordenadora, representante do Codespi e do NAPI Trinacional, Lila Voeffrey, comemorou a nova etapa que se inicia para todos e confirmou a disposição de promover mais engajamento das instituições argentinas no processo.
Ecossistema de Inovação
À plenária, o Hugo Ribeiro explicou que o Ecossistema de Inovação Trinacional é o organismo agregador para fomentar a integração e a participação dos stakeholders interessados, componentes das hélices que se interconectam à temática na Argentina, Brasil e Paraguai. Por isso a governança em estruturação é indispensável para se chegar a metas e resultados mensuráveis.
A intenção é impulsionar soluções inovadoras para os desafios e o desenvolvimento regionais nas mais distintas áreas, como turismo, comércio, logística, educação, saúde, agro etc. Nesta segunda fase, aberta em abril, a intenção é “continuar a atrair stakeholders afins à câmara técnica, como líderes, especialistas e inovadores, em torno de ações práticas”, frisou Hugo.
Hugo Ribeiro, durante o sétimo encontro da CTI-EI do Codetri, detalhou o que chamou de engrenagem do ecossistema de inovação, composto de:
- governança: ambiente de integração científico e tecnológico;
- governo: ambiente legal (políticas públicas);
- empresas e startups: ambiente comercial (mercado); e
- universidades e instituições de ensino superior: ambiente acadêmico e de pesquisa.
O papel dessa engrenagem inovativa é realizar estudos de mercado para identificar setores econômicos promissores e elencar vantagens competitivas e recursos naturais. “Também avalia o potencial de cadeias produtivas integradas entre os três países e mapeia empresas de base tecnológica, líderes e startups”, exemplificou.
Especialidade: inovar
Hugo Ribeiro é mestre em Tecnologias, Gestão e Sustentabilidade, e administrador com MBA em Gerenciamento de Projetos e Administração Empresarial e Financeira. Professor, é especialista em Gerenciamento de Projetos e Portfólios. Paranaense, nos últimos 15 anos, é responsável pela concepção, implantação e/ou acompanhamento de mais de 90 projetos em distintas áreas.
É gerente de Inovação da Constel Tecnologia, consultor da RR Associados Consultoria Empresarial e consultor da Parimpacto. Hugo Ribeiro é também consultor do Melhor Ecossistema de Inovação em Estágio Consolidado do Brasil, Iguassu Valley, de acordo com o Prêmio Nacional de Inovação edição 2021–2022.
(Codetri)