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“Ninguém mais segura”, afirma Danilo Vendruscolo

(Em 19 de setembro de 2014)

Danilo Vendrusculo -  Foto Marcos Labanca

Danilo Vendrusculo – Foto Marcos Labanca

O empresário Danilo Vendruscolo está no segundo mandato como presidente do Codefoz. Em fevereiro, ele foi reeleito para a mesa diretora, formada também por Jorge Samek (vice-presidente) e Jaime Nelson Nascimento (secretário). O prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira, é o presidente de honra do conselho.

Vendruscolo é formado em Ciências Econômicas e pós-graduado em Marketing e Propaganda, além de Administração e Estratégia Empresarial pela FAE-PR. É empresário do setor de distribuição de transportes em Foz do Iguaçu e segundo vice-presidente da ACIFI.

Nesta entrevista, ele avalia os trabalhos realizados pelo Codefoz, as conquistas nessa fase inicial, o papel das câmaras técnicas, a parceria com Ciudad del Este e Puerto Iguazú, os próximos desafios e o segredo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social para a sua grande aceitação na comunidade.

 “Você é o Codefoz”

Revista ACIFI – Qual é a avaliação dos trabalhos realizados pelo Codefoz?
Danilo Vendruscolo – A grande conquista é conseguir trazer a sociedade para participar do debate. Temos plenárias lotadas, com uma média de 150 participantes por reunião da plenária; algumas delas com até 260 pessoas. Isto nos remete a uma responsabilidade muito grande. A comunidade acreditou no projeto, considera o conselho um espaço de todos, até porque não tínhamos um colegiado que reunisse todas as entidades e instituições em uma só. Não tínhamos um guarda-chuva de todos os setores do município.

Revista ACIFI – Quais foram os objetivos alcançados pelo Codefoz neste primeiro ano?
Danilo – Tivemos duas grandes metas: o diagnóstico do PDE (Plano de Desenvolvimento Econômico), com vistas para 2040 – um verdadeiro censo econômico. Nele foram identificadas as cadeias produtivas da cidade, ou seja, foi realizado um mapeamento da economia iguaçuense. Neste estudo alguns segmentos se destacaram, como turismo e logística. Essas informações estão disponíveis para quem desejar fazer investimento em Foz do Iguaçu, tanto para quem é morador daqui quanto para pessoas de outros municípios interessadas em investir aqui. Queremos mostrar que Foz é um lugar seguro para investir.

Revista ACIFI – O senhor falou em duas grandes conquistas. A primeira é o diagnóstico do Plano de Desenvolvimento Econômico. E a segunda?
Danilo – Outro ponto trabalhado neste período é a revitalização da Ponte da Amizade, que tem uma imagem muito forte sobre Foz para o Brasil e exterior, tanto para aspectos positivos quanto para negativos. Além da falta de segurança sobre a ponte, todo o seu entorno é malcuidado, abandonado, sujo e mal iluminado. Não é um local para receber as pessoas. E, contraditoriamente, a maioria dos turistas da cidade tem como destino as compras no Paraguai. O projeto foi pago pelo Fundo Iguaçu. A obra ficará em R$ 10,3 milhões. O valor compreende toda a restauração da pista de rolamento, todo o sistema de grade, implantação de cobertura para os pedestres, iluminação. O Codefoz vai acompanhar as ações dos orgãos competentes para que a ponte seja um lugar bonito, limpo e seguro.

Plenário - Foto Marcos Labanca

Plenário – Foto Marcos Labanca

Revista ACIFI – Qual é o papel das câmaras técnicas na elaboração das propostas?
Danilo – As câmaras técnicas são o pulmão do Codefoz. É ali onde os debates acontecem, onde eles são fundamentados, para depois seguirem para plenário. Um fato extraordinário é a construção, dentro das câmaras técnicas, de 24 propostas que acabaram integrando o plano plurianual do município. Uma das propostas de destaque é a criação de um polo têxtil, um setor que agrega muita renda e emprego às famílias. É importante ressaltar que todas as ações têm previsão de fonte orçamentária. A origem altera entre orçamento do município, do governo estadual ou federal. Ou mesmo origem específica, como é o caso de recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), do Focem (Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul).

Revista ACIFI – O Codefoz também tem ações com as cidades vizinhas do Paraguai e da Argentina?
Danilo – Sim. O Sebrae, por exemplo, tem uma verba de 250 mil reais por ano, durante três anos, ou seja, nós temos 750 mil reais garantido para o Programa Fronteiras Cooperativas, coordenado pelo Sebrae, com a participação do Codefoz. O Programa Fronteiras Cooperativas visa única e exclusivamente o fortalecimento das pequenas e médias empresas das três cidades. Busca também desenvolver projetos voltados para formação de liderança das três cidades.

Revista ACIFI – O modelo implantado em Foz do Iguaçu está servindo de base para Ciudad del Este e Puerto Iguazú?
Danilo – Exatamente. O Codeleste (Conselho de Desenvolvimento de Ciudad del Este) ainda não está formalizado, ele está em processo de constituição formal. Em Puerto Iguazú também está para ser instalado um conselho de desenvolvimento. Qual é o objetivo? Discutir todos os entraves, questões impeditivas a uma integração efetiva dos conselhos. Um outro sonho, grande meta, é trazer o Parlamento do Mercosul para Foz do Iguaçu. O Mercosul não tem avançado. Nós acreditamos que se os parlamentares se reunirem em Foz do Iguaçu, é chance de conseguirmos destravar processos.

Revista ACIFI – Qual foi a contribuição do Codefoz na segunda ponte?
Danilo – O papel do Codefoz na segunda ponte entre o Brasil e o Paraguai é fundamental porque a primeira licitação foi considerada fracassada. As empresas ofereceram lances 10% acima do previsto no orçamento do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Aprendemos com o passado. Agora realizamos duas audiências públicas. Outra ação foi a elaboração de um documento em defesa da construção da segunda ponte. Levamos para Brasília uma posição de Foz do Iguaçu sobre a importância da obra para o desenvolvimento.

Revista ACIFI – Quais são os prejuízos causados pela falta da segunda ponte entre Brasil e Paraguai?
Danilo – A falta de uma nova alternativa de travessia, com certeza, será um dos principais entraves para o crescimento de Foz do Iguaçu. Se nós não fizermos um canal específico para a logística (a segunda ponte e a perimetral), correremos o sério risco de sufocarmos o turismo, que é a nossa grande vocação. Esse é o grande desafio. Isso vai dar condição de desenvolvimento não só para Foz do Iguaçu, mas para o Paraguai; enfim, para toda a região das “Três fronteiras”.

Revista ACIFI – Além de concretizar a segunda ponte, qual é o próximo grande desafio do conselho?
Danilo – Vamos concluir o PDE (Plano de Desenvolvimento Econômico). Depois, o próximo passo será começar a elaborar o plano diretor da cidade em 2015 ou quem sabe ainda no fim deste ano. Vamos redesenhar a cidade a partir do interesse da comunidade.

Revista ACIFI – Qual é o grande segredo para a aceitação do Codefoz?
Danilo – O grande segredo é que o conselho é de voluntariado e suprapartidário. A sua missão e valores estão muito bem claras e alinhadas. Todos os assuntos são tratados de forma independente, sem interesses de políticas partidárias ou de governos. O Codefoz organiza as propostas da base da sociedade para atuar como suporte para prefeito e vereadores. São projetos que visam o bem comum. Justamente por isso ele é muito maior que o seu presidente, que a sua mesa diretora. O Codefoz tem vida longa. Ninguém mais segura.

 


Publicado na Revista ACIFI, edição 02, agosto de 2014.

LEIA REPORTAGEM COMPLETA

1) Codefoz, a força da sociedade

2) Os passos do conselho + Projetos em andamento + Linha do tempo

3) “Ninguém mais segura” – Entrevista com Danilo Vendruscolo

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